14 de out. de 2010

Em uma parada

Caminhava enquanto vivi, chorei, senti e até me humilhei
em minha caminhada me senti pesando cada vez mais
até cada passo virar um martilho, um auto flagelo

Quando comecei a pensar em desistir parei.
sentei a beira da estrada, enxuguei minhas lágrimas
coloquei um por um meus pesos de viajem a minha frente
uma dor olhar meus erros

Havia sacos que eu nem imaginava que estava carregando
sonhos que poderiam ser reais, coisas que eu imaginava ser
coisas que eu queria fazer, mostrar, não fazer
pessoas com quem queria estar, me confessar, conhecer.

Pesos bons não realizados são o que a gente não larga
nem mesmo quando enrolam no pescoço, ou ferem
sonhos bons jamais se tornam pesadelos
mas deixam vários viajantes no meio do caminho
dormindo desistem da viagem, negam a realidade





Não dormi, estou disposto a ver os pesos que possuo
tentar largar todos que consigo
os ruins são fáceis de achar e tentar se livrar
os bons tenho que vasculhar muito pra achar
pior ainda é conseguir remover e os deixar pelo caminho

Mas todos os pesos fazem mal
luxúria é um pecado tão agradável
nos faz achar que estamos "tão bem"
que somos "alguém"

Pois bem Acho que olhei todos meus pesos
arranquei todos os que consegui
com feridas abertas volto a caminhar
sei que algumas dores voltarão a virar pesos
mas caminhando minhas feridas não criam raízes

Mais um passo, acho que estou indo bem
Olhos ardem tentando enxergar o horizonte
Meu corpo dói, mas a caminhada continua
mais rápido, sinto que vou correr
Não estou curado, mas já sinto um sorrindo em meus lábios

Um comentário:

  1. "Quando comecei a pensar em desistir parei.
    sentei a beira da estrada, enxuguei minhas lágrimas
    coloquei um por um meus pesos de viajem a minha frente
    uma dor olhar meus erros"

    Adorei esses versos... acho que ando precisando disso. Valeu meu amigo!

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